jueves, 29 de enero de 2009

Leda e o Cisne, un poema de Selma Albes da Rocha


Leda e o Cisne
por Selma Albes da Rocha

1º Canto

Suave se aproxima em branca plumagem
Cercando Leda no aquecer das penas,
Garboso, empina as asas, distende o carmim olhar
E toca-lhe a pele, com o bico, apenas...

Leda não se move, lânguida
na misteriosa sedução perene,
nem crendo, afasta os joelhos lentamente,
abrindo-se ao Cisne, infrene.

O abraço de asas em vigor é assalto
co'a força do bico na nuca, e presa
sob o peito robusto, o desejo lhe arrebata
no leque de penas que em Leda adentra ...

Imóvel em suas coxas orgasma o Cisne
Rasgando-lhe a gruta vezes eternas,
Estremece em plumagem, treme penugens
Quando Leda o envolve no abraço das pernas!

2º Canto

Um Deus em mim!
Um Cisne em mim!
Esse ato louco
Farfalhando asas
No grunhido rouco...

Um Cisne em mim!
Um Deus em mim!
Nosso êxtase louco
a penugem sagrada
Estremece meu corpo...

Esse ato em mim!
O farfalhar em mim!
Um Cisne louco
Um Deus de asas...

3º Canto

Ela repousa...a beleza adormece
Em meio aos cisnes do calmo lago
Ela repousa...eis a hora!
Nua na relva, no verde afago...

Tão bela...Eis Leda...a proibida
Que a outro pertence e lhe é só sua
Do Olimpo que Deus não a quereria?
Escravo do belo, me rendo....Zeus...

Em desejo me transporto...ei-la!
Desperta aos cisnes de branca plumagem
Seus dedos se estendem nas águas silentes
Seus joelhos se abrem...eterna miragem.

Me visto em penugens e meus braços de asas
Arriscam o vôo até a outra margem
Sacudindo as penas respingo-a inteira
A sentir seu perfume em cada gesto.

Uma carícia...seu afago...Eis a hora!
Leda minha, um Deus a quer
No peito estufado, nas asas turbadas
Nas coxas fêmeas macias...eis a mulher!

É a hora...não se move... Leda espera
A posse alada que já nos domina
Sua nuca mansa, no bico já presa
Faz rendição das pernas que me fascina!

Sobre Leda eis-me! Eis a hora!
Mesclado em desejos... Deus... Cisne!
Mergulho insano na intumescida fenda
Finco em mais sua gruta enquanto cisme!

Tremor, arrepios, gozo tenaz
Eis-me em Leda, é a hora!
Fecundo seu ventre na avidez mordaz
Possuída és, para sempre e agora!

4º Canto

Coração já não é o meu
Nem de Zeus
Coração é Leda!!!

Corpo já não é o meu
Nem de Zeus
Corpo é de Leda!!!

Desejo já não é o meu
Nem de Zeus
Desejo é de Leda!!!

O êxtase
O gozo
O frêmito
A posse
Rendição nossa!!!

5º Canto - Triunfo do Desejo

Nem o sagrado recinto
Dos Deuses, o Panteón
Nem a distância da Terra
Nas margens do lago protegida
Nem as aves, nem o bando
Imunes estão...

Basta um olhar!
E do olhar, o desejo
E do desejo o prazer
E que isto se faça e seja
Para matar ou morrer...

Transmutar-se, transformar-se
Ser outro ser e não ser
Metamorfosear-se de súbito
Para tudo acontecer...

Ao fundo, ao largo, no interno
Nada se confunde, dúvida não há
A vontade se avulta e arremessa
Ao delírio divino que será.

Nada imunes, portanto, eis o cuidado!
Ó mortais e deuses de todos os Tempos!
Sempre Leda existirá e um Deus
Se fará Cisne e dela se apossará
Em metamorfoses, sedentos!
.
Vicent Sellaer
.
Selma Alves da Rocha es poetisa, novelista, cuentista, revisora de textos, investigadora histórica.... Nació en Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais - Brasil, aunque hace más de 26 años que vive en Rio das Ostras, una tranquila ciudad costera en el Estado de Río de Janeiro. Su formación es en Literatura portuguesa e inglesa, y además de sus múltiples actividades como escritora, ejerce funciones de Miembro organizador de la Comisión de la academia Riostrense de Letras, Superintendente de Proyectos y Captación de recursos del la Fundación de Cultura de Rio das Ostras, responsable de la biblioteca pública de Rio das Ostras, entre otras.
Entre sus obras se encuentran: Canções e Delitos ( 1992); Terra dos Peixes (1997); Mulheres Fluminenses (2002); O Manuscrito de Haceldamã (2007); No coração da floresta do meu ser (2007); Despindo os véus de Ísis (2007).

5 comentarios:

  1. Mariana, ledas y cisnes, no hagan caso de pajarracos ni de búhos ni de escorpiones...

    Así es la leyenda, así es la historia...


    Yo solo quiero disfrutar... ¡Bailemos! ¡Disfrutemos!...

    Gracias por todo esta explosión de pasiones...

    Yo sí que sé quién eres: ¡una diosa! Y por eso te quiero...

    Dejen de darle vueltas...

    Gracias Mariana, mi noche, mi noche...

    ResponderEliminar
  2. Este poema debe de ser precioso... ¡A ver alguien que domine el portugués, que nos haga el favor de traducirlo!...

    Además, deben de sonar esas eses sonoras de maravilla...

    Que tengáis un buen viernes y un buen fin de semana...

    ResponderEliminar
  3. Nada imunes, portanto, eis o cuidado!
    Ó mortais e deuses de todos os Tempos!
    Sempre Leda existirá e um Deus
    Se fará Cisne e dela se apossará
    Em metamorfoses, sedentos!



    Copio otra vez los últimos versos... ¡Bravo! ¿Cómo traducimos "sedentos"?

    Mariana, coleccionista de cisnes y ledas... ¡Cuánta sed de belleza! ¡Cuánta sed!...

    ResponderEliminar
  4. Mejor sin traducción, dejarse llevar por las suaves palabras de un portugués que como pico de cisne olímpico acaricia dulcemente los ojos, los oídos, la boca... toda una delicia de poema. Gracias Mariana, gracias

    Leda Helena

    ResponderEliminar
  5. Gracias MAriana por ter honrado mis poemas en tu blog Leda y el Cisne.
    estes poemas foram premiados em Leiria/Portugal e estarão publicados na II ANtologia de Poetas Lusófonos em março de 2009.
    As imagens de Leda y el Cisne son mui preciosas y instigantes.
    La que me inspiró foi a de Rubens.
    Aguardo tu contato.
    Gracias por los comentários em tu blog de tus leitores.
    Un saludo à la Poesia, que eres la arte de excitar las almas.
    Selma Alves da Rocha/Brasil/Rio das Ostras/RJ

    ResponderEliminar